Ok, calma. Acho que a gente pode começar um pouco mais devagar. 

É foda né? Hoje em dia a gente ama todo mundo e ao mesmo tempo não ama ninguém, então fica difícil começar um relacionamento com uma pessoa e entender de verdade o que é o amor nesse caso. Você sabe que é diferente. Afinal, você ama sua mãe, ama seus amigos, ama a si mesmo, ama seu animal de estimação... Mas e aquele amor pelo namorado/namorada? Esse não é tão natural assim.

Você gosta muito da pessoa. 

Depende muito de como vocês começaram a namorar, de há quanto tempo vocês se conhecem, do quanto vocês se conhecem ou pensam que conhecem. Quando vocês começam a namorar, por mais que já se amavam... O amor começa a ser outro. A pessoa agora é seu/sua namorado/namorada. Você vai aprender a namorar amando.    


A definição de amor está aí ao lado, você pode optar por tentar entender esse paradoxo, por senti-lo sem definir ou seguir outros versos, os do famoso "Deixa a vida me Levar", Hehe.
Devo ter deixado alguns pensamentos na sua cabecinha, então enquanto eles matutam aí, vou seguir essa postagem com algo que não exige pensamento algum. Vai ser a minha história, talvez bem breve, resumida. Mas minha lição aprendida.  Como foi que eu aprendi a namorar?


Bom... Já vou adiantar que não foi no primeiro, nem no segundo namoro. Foi no terceiro e atual. Neste. De agora.  E não foi desde o começo não. Comecei esse namoro como qualquer outro. Problema: Eu tinha 17, ele 26. Um cara tão mais velho assim, outra cabeça. Eu? Nem fiz 18... O que de experiência eu tinha vivido? Vários, mas vários nada. Minha bagagem era: O primeiro namoro durou 3 anos, ele me traiu, entrei em depressão. O segundo namoro não deve ter durado 3 meses direito, ele acreditava em mentiras que os outros espalhavam sobre mim diretamente pra ele, só pra desgraçar a minha vida. E se não fosse pela minha primeira vez, eu teria começado esse namoro praticamente virgem.  Pessoa super protegida pelos pais, certinha, não saia de casa, não conhecia nada além de escola e eventos de anime.

Nos conhecemos pela internet. Nossa, assim soa muito velho, né? Nos conhecemos pelo facebook. Tínhamos um amigo em comum. Ele conversava comigo, eu respondia por educação -risos. Mas ele se mostrou uma pessoa muito legal de se conversar, e fomos levando assim: conversas vai e vem. Temos muito em comum, até mesmo gostar de uma banda que até hoje só conheço mais uma outra pessoa que gosta, que foi quem me apresentou a banda! A imagem que eu tinha dele já era de que isso não ia ficar só na amizade. E pelo visto ele também.

Marcamos de nos encontrar, fomos ao shopping. Rolê de criança, né? 17 anos... Encontrei ele lá sentado no banco me esperando, com 3 barras de chocolate suíço de presente pra mim. Já estamos claros, né? Hahahah! Verdade é que eu já o via como namorado perfeito pelas nossas conversas, e ele também me via assim. Conversamos muito lá no shopping, e parecia que a gente tava só confirmando que era real. Ele era mais bonito do que nas fotos, por sinal. Nesse dia eu o beijei. E ele não é desses. Ele retribuiu, mas sei que se sentiu estranho, por não ser muito de "ficar", como a gente costuma falar. E também por aquela coisa que a gente sentia de que não ia ficar só nisso. Íamos namorar.

Nos encontramos outras poucas vezes e ele enfim disse que não queria apenas aquilo, queria namorar comigo. Eu ainda estava receosa por conta das coisas lá em casa. Imagina só a ideia de namorar um cara basicamente 10 anos mais velho e você não tem nem 18 ainda? Meus pais, que sempre foram durões, iam amar, né? Claro que não! No próximo encontro aceitei. Estávamos muito felizes, parecia que ia ser muito legal e eu gostava muito dele.

Reparou que escrevi que gostava muito dele, né? Pois bem. Namoro é aquela coisa que você aprende amando... Jajá a gente chega lá. Continuando...

Não tinha whatsapp, gente. Nem celulares tão fodas com app do facebook e tal. A gente vivia dos pacotes de sms. Comecei a guardar todas as sms dele, era tudo muito fofo e apaixonado. Sim, eu tinha me apaixonado. Ele também. Me sentia muito feliz. Encontros vem e vão, a gente namorando, umas saídas pra tomar um suco, umas idas à casa dele antes de ir pro meu curso... Ainda bem apaixonados. Mas começamos a ter uns problemas.

Minha falta de liberdade atrapalhava. Tive muitas brigas na minha casa, brigas com ele e tudo mais. Custou pouco mais de 18 anos pra conseguir me libertar, sair e voltar quando eu quisesse. Dormir na casa dele, ir pra rolês mais adultos, curtir barzinhos, experimentar bebidas, etc. Quanto mais a gente finalmente conseguia se ver mais do que dar aqueles rolês de inicio de namoro, mais a gente se conhecia melhor. Além do que a gente se conhecia pela internet. Isso significou que ele conheceu vários defeitos meus, eu conheci os dele. Mas acho que pesou mais pros meus defeitos, senti que eu não era tudo aquilo pra ele, entende?  Eu era bem menos.

Eu era burra, a escola que frequentei foi um lixo. Ser burrinha incomoda quando você tem alguém inteligente do seu lado querendo puxar um assunto, conversar, e você apenas consegue ser superficial, ou não mostra interesse, ou... Sei lá. Isso atrapalhava. Eu sempre tive muitos amigos homens, isso começou a atrapalhar também, pois como eu estava namorando, era como se fosse proibido sair com eles, ir na casa deles, trabalhar com eles. Começou o ciúme. Aí vem a desconfiança do nada, a troco de nada, ele invade meu facebook pra ler conversar antigas... De quando a gente nem tava junto... Por puro ciúme. Minha reação foi apagar tudo com medo de me ferrar, mas me ferrei, pois aí pareceu que eu quis esconder algo, mas não... Só queria evitar o que houve no meu primeiro namoro. Gente achando pelo em ovo. Vendo coisa onde não tem, nunca teve, nunca terá. Ou mesmo se teve... Não terá mais!

Eu estava caindo no erro do primeiro namoro. Eu ia ser refém de um namoro que me prende, que desconfia de tudo o que eu faço, de todas as pessoas ao meu redor, que ia me culpar por muita coisa...Enfim. Quem quer isso? Ele tinha um problema, e eu também tinha um problema. Mas conforme o tempo foi passando a gente foi se gostando cada vez mais, apesar dos pesares... E resolvemos algo simples: Que íamos mudar um pelo outro. Não existe essa coisa de "amar a pessoa como ela é", sendo que você pode SEMPRE ser alguém melhor pra você mesmo e para quem está ao seu redor. Aí é que eu realmente consigo chamar isso de amor.

Você sabe que você ama quando você se vê ao lado da pessoa pra coisas muito mais do que um rolê, um suco, uns beijo, umas conversas... Coisas como, quem sabe, ficar junto pra sempre? Ter a vontade de aturar essa pessoínha sem que tenha um fim. É aí que eu realmente comecei a aprender a namorar, e pelo visto, ele também. Mesmo com tanta experiência a mais do que eu. (Costumo brincar que ele coleciona ex namorada hehe)

O que fazia ele sentir ciúme, agir possessivamente, etc era um problema literalmente da cabeça dele, pois eu nunca dei motivos pra tal. Chamava-se Transtorno de Personalidade Dependente e ele tratou com psicólogo e remédios antidepressivos. Nunca precisei dar motivos, pois esse transtorno funciona da seguinte maneira: tenho 10 horas livres pra dar atenção às pessoas, se 9h eu dei atenção pra ele, mas em uma, foi pra amigos... Nessa uma hora ele já se sentia de lado, cabisbaixo, etc. Isso demorou um pouco pra se manifestar no início do namoro, pois pelo mesmo motivo que ele sentia essas coisas do Transtorno, ele me enchia de mimos pra poder demonstrar ao máximo que queria estar comigo. Romântico? Não! Depois de quase 4 anos de namoro posso afirmar que ele não é.  Era um sentimento grande de não querer ficar sozinho, de encontrar alguém legal e não querer mais que a pessoa vá embora, de precisar muito dela...

Quanto à mim, eu comecei a estudar. Ah, e criei um objetivo de vida que era MEU. Não era pelos meus pais. Decidi que queria fazer Unicamp, por mim. Passou a ser uma das coisas que mais quero até hoje (e que estou quase lá). Comecei a cuidar do meu corpo (exceto esse ano), minha saúde... E muito, mas MUITO disso veio de ajuda dele. Ele sempre fez o possível pra me ajudar. Sempre que está ao alcance dele. Sou muito grata ^^

A gente se ama muito. E a gente aprendeu a namorar amando. A gente se deu uma chance. A gente confia um no outro. A gente conquistou juntos maturidade.

Num próximo capítulo dessa nossa história eu contarei mais sobre como é o nosso relacionamento, que de certa forma, hoje em dia é considerado liberal. Como uma pessoa extremamente possessiva consegue lidar com uma mina beijando a namorada dele na frente dele hoje em dia? heheheh Fiquem ligados nesse mesmo canal.


Até mais!!

Beijos,
Lariih




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